segunda-feira, 29 de junho de 2009

Contando sua história

Semanalmente tenho a tarefa de entrevistar senhores e senhoras da minha cidade. No jornal do meu pai (Tribuna Regional) tem uma coluna chamada Contando sua história, que retrata a trajetória de pessoas daqui de Auriflama.

Na última semana tive o prazer de entrevistar uma senhorinha muito simpática, atenciosa e extrovertida.

Carinhosamente chamada por Irmã Santa, Guilhermina já está chegando aos 86 anos, mas dá um baile em muitas pessoas mais novas (eu, por exemplo). Diariamente ela sai pelas ruas de Auriflama vendendo doces, para ajudar na renda familiar.

Das muitas pessoas que entrevistei, algumas me chamaram a atenção, seja pela educação, carisma ou pela sua história em si, e a Irmã Santa, com certeza, foi uma delas.

Tenho um coração enorme, e as pessoas que convivem comigo não podem negar isso. Essa ‘bondade’ tenho o orgulho de dizer que herdei da minha mãe, que é ‘amorosa e dedicada’ como eu.

Não importa a pessoa, criança, idoso ou jovem, quando se torna nossa amiga, não medimos esforços para ajudar, agradar e estar por perto. Costumo brincar que somos ‘doces’.

E com a Irmã Santa não foi diferente. Entrevistei a senhora, tirei a foto para a Coluna e a agradeci pela atenção. Ela me deu um abraço tão carinhoso, me agradeceu por estar lá conversando com ela, que não teve como eu não pedir um favor – tirar uma foto com ela e seu esposo, que esse ano completa 101 anos. Eu tinha que registrar o momento. Ela gostou tanto que pediu até para mim revelar a foto e levar para ela, para ficar como lembrança minha.

Era para eu ter postado esse texto no sábado, depois que o jornal fosse veiculado, mas as fotos estavam no computador do jornal, e eu esqueci de pegar. Por isso hoje disponibilizo a Coluna como foi publicada no Tribuna Regional e as fotos que eu tirei com eles. Espero que gostem.


Contando sua história

Educação, carisma e simplicidade são características marcantes da entrevistada do Contando sua história desta edição. Perto de completar 86 anos, Guilhermina Barbosa Custódio é filha de José Barbosa de Souza e Jovina Maria de Jesus. A mulher esforçada nasceu na cidade de Portelinha (MG), no dia 12 de julho de 1923.

Guilhermina é carinhosamente conhecida como Irmã Santa. Ela conheceu seu esposo, Aureliano Custódio, em sua residência, no município de Mato Verde (MG). “Ele foi passear na minha casa, começamos namorar e depois de pouco tempo nos casamos”. O casal já completou 62 anos de matrimônio.

Dessa união nasceram os filhos Maria de Lourdes, José Barbosa, Ivani, Maria Cleuza, Isaías, Lídia, Eunice, Geni Terezinha e Cleuza (in memorian). A família mora há mais de 40 anos em Auriflama. “Mudamos aqui para trabalhar. Em Minas Gerais, a situação estava difícil, então resolvemos vir trabalhar na roça”, relembra.

A cidade naquela época ainda era pequena, e, segunda ela, suja. “Hoje está bonita, limpa, uma cidade gostosa”, menciona. Mas a senhora ainda fala de uma área que está necessitando de melhorias, a saúde. “Não apenas eu, mas todos nós precisamos da área da saúde. Faltam médicos. Quando sentimos alguma coisa e vamos consultar, temos que esperar muito tempo para ser atendido. Isso é muito ruim.”

Animada, Guilhermina nos conta que já se dedicou à criação do bicho da seda, na cidade de Arapuca - Mato Grosso. Em Auriflama, ela trabalhou na roça, café, milho, cana-de-açúcar, algodão, amendoim, além de ter sido doméstica.

Hoje com 20 netos e 21 bisnetos, Irmã Santa destaca que a sua alegria é a família. “Todos perto de mim, todos unidos, essa é a minha alegria”. Ela tem filhos, netos e bisnetos nas cidades de Campinas, Arthur Nogueira, Jundiaí, São José do Rio Preto, Auriflama e em cidades de Minas Gerais.

A perda de duas filhas, em apenas três dias, deixou Guilhermina abalada. “Morávamos no sítio e não tínhamos condições de tratamento. As minhas meninas Geni Tereza (7 anos) e Cleuza (3 anos) pegaram sarampo e em apenas três dias as duas faleceram”, recorda o fato com tristeza.

Com a idade, vários problemas vão surgindo, mas a saúde de dona Guilhermina poder ser considerada de ferro. “Não tenho pressão alta, não tenho diabetes e nem colesterol”, diz.

Porém, o sonho da senhora está relacionado à sua saúde. “Quero tratar a minha visão, porque não enxergo direito, e a minha audição, porque o aparelho me incomoda muito. Esses dias uma amiga me deu a consulta, e graças a Deus eu vou poder me tratar”, afirma.

Um acidente em 2006 foi um dos fatos que marcou a vida de Irmã Santa. “Estava indo para a igreja quando um carro me atropelou. Fui para Santa Casa, depois fui encaminhada para Araçatuba, onde passei 13 dias internada. Não foi nada fácil”, relembra.

Evangélica há mais de 40 anos, Irmã Santa começou frequentando uma igreja ainda em Minas Gerais, mas quando chegou à Auriflama não encontrou a mesma igreja e então começou a congregar na Presbiteriana Renovada, onde está até hoje. “Tenho orgulho de servir a Deus”, ressalta a reportagem.

A mulher religiosa comenta que gosta muito do hino Sabor de Mel, da cantora gospel Damares. “Esse louvor é muito bonito e fala muito das bênçãos que Deus tem para nós, dos seus milagres”, completa.

Muito forte e animada, Irmã Santa em suas horas vagas sai com uma de suas netas para vender doces pelas ruas de Auriflama. “Todo dia eu saio de casa para vender meus docinhos, passo por todos os lugares, por todos os bairros”. Ela agradece a Deus por essa ter sido a maneira que ela encontrou para ajudar em casa.

5 comentários:

Rafael Lopes disse...

Nossa muito linda a história da dona Guilhermina. Sem dúvidas um exemplo de vida para todos nós.

PS> Quero também chegar aos 101 anos, rss

bjaoo

Ivan Ambrósio disse...

Olá Tamyris tudo bem com vc? Passando em seu blog, não poderia deixar de comentar essa entrevista que vc fez com esta senhora que só de ler já me simpatizei com ela, chamando ela até de minha "vovó" rsrsrsrs....Muito bom este quadro no jornal de seu pai que mostra a história de todas as pessoas que sirvam de exemplo para nós jovens!! E falando em história, logo mais estarei colocando em meu blog uma matéria que fiz para domingo (05) de uma batalha que uma senhora enfrenta há mais de 25 anos!! Parabéns pelo blog!!! bjsss

Rodrigo Melo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Rodrigo Melo disse...

Olá!

Estou procurando alguns familiares em Auriflama e encontrei o seu blog... rsrs

Será que vc conhece a Rosa ou o Alaor (família Figueiredo / Melo.)?

Na expectativa de uma notícia boa!

Até!

Rodrigo Melo disse...

Oi!!!

Meu e-mail é rodrigomelo@irmaos.com

Aguardo notícias!

Bjus!